A autoestima é um tema bastante popular no meio em que vivemos. O assunto aparece em novelas, programas de televisão, conversas entre amigos quando o assunto da vez é alguma pessoa que não está bem consigo mesma ou com seu corpo. Mas, o que é essa autoestima? O psicólogo Morris Rosemberg, autor da “Escala da Autoestima” nos anos 60, dizia que ela é um conjunto de sentimentos de um indivíduo sobre o seu valor, competência e adequação, mas para muitos a autoestima é relacionada à autoaceitação. Quando a pessoa não aceita partes dela, possui baixa autoestima, partes das quais ela não gosta, não confia ou não estão em harmonia.
A construção da autoestima é um processo complexo que acontece ao longo da nossa vida. Enquanto crescemos, aprendemos uma série de coisas com adultos ao nosso redor. Assim internalizamos o que é certo e errado, bom e ruim ou como as coisas funcionam e isso passa a servir de referência para como nos posicionamos no mundo. Em outras palavras, ela está ligada às crenças aprendidas sobre si mesmo. Mas essas crenças podem ser renovadas e isso é algo positivo.
Somatização
Segundo estudos de Susan Harter, na década de 1980, pessoas com falta de autoestima estariam mais propensas a transtornos fisiológicos, como disfunção temporomandibular, dor lombar, gastrite, e dor de cabeça.
O fato é que não se pode afirmar categoricamente que a baixa autoestima era realmente a causa original de todos estes problemas. Porém, sabemos que nossos conteúdos internos, quando em desarmonia, podem se manifestar externamente como doenças, esse processo se chama psicossomatização. Apesar de separarmos mente e corpo, essa divisão não existe. A psicossomatização acontece em episódios da trajetória de vida da pessoa e pode se manifestar de diversas maneiras. Quanto mais cedo a criança passar por uma vivência traumática, maior é a chance de que ela manifeste seu sofrimento por meio de sintomas corporais, já que um bebê não tem ainda não consegue falar.
Perfil somatizador
Há ainda pessoas que têm um perfil considerado somatizador, ou seja, acabam expressando no corpo suas angústias e sofrimentos com frequência. Um caso desses são aquelas pessoas que vomitam quando estão em alguma situação desconfortável.
Depressão e dor
Além dos problemas fisiológicos, Susan Harter também identificou uma forte relação da baixa autoestima com a propensão a problemas psiquiátricos, como ansiedade e depressão. E a própria depressão conta pontos contra a saúde física. Segundo uma pesquisa publicada no respeitado New England Journal of Medicine com 1146 pacientes depressivos, 69% deles relatavam apresentar problemas físicos sem explicação.
A maioria das queixas estavam relacionadas à dor crônica. A autoestima também é considerada a vilã no caso de adolescentes e jovens que sofrem de transtornos de imagem. No estudo “Perfil psicológico de pacientes com anorexia e bulimia nervosa”, a psicóloga Érika Arantes de Oliveira (SP) relatou que pacientes anoréxicos apresentavam baixa autoestima, enquanto os bulímicos demonstravam autoestima flutuante.
CUIDAR DOS SEUS DENTES É UMA MANEIRA DE VIVER COM MAIS AUTOESTIMA.
CONHEÇA A CLÍNICA BRANEMARK CENTER E VEJA O QUE PODEMOS FAZER POR VOCÊ.
www.branemark.com.br
Alerta para a obesidade
Autoestima, depressão e obesidade são outra trinca bastante comum nos dias de hoje. A coach Margarida Ranauro conta que sofreu com baixa autoestima por anos, que refletia na forma como cuidava da alimentação. O resultado foi o aumento de 30 quilos na balança. “A baixa autoestima é geralmente seguida por uma autossabotagem, que se manifesta na falta de tempo para se alimentar saudavelmente. Busca-se uma fuga, uma compensação externa, algo que dê uma falsa e ilusória sensação de prazer”, descreve. “No meu caso, isso se deu pela falta de atividade física e do consumo excessivo de chocolates e de refrigerante. Isso gerou um danoso estilo de viver que afetou sistemicamente a minha saúde e qualidade de vida como um todo”, relata.
A obesidade, para quem não sabe, é um passinho para alterações metabólicas como aumento dos níveis de colesterol do sangue, intolerância à glicose ou diabetes e hipertensão arterial. “Por esse motivo aaferição da circunferência abdominal em conjunto com o cálculo do índice de massa corporal são considerados fortes indicadores para o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes”, relata a pesquisadora Érika (SP).
Em pesquisa publicada em 2014, o doutor em psicologia social Nilson Soares Formiga aplicou o teste da autoestima desenvolvido por Rosenberg em 213 pessoas. Resultado: quanto maior o transtorno no uso do álcool, mais baixa era a autoestima. “A baixa autoestima faz com que a pessoa tenha sentimento de incapacidade para se defrontar com os desafios do cotidiano. Em muitos casos, buscam as bebidas alcoólicas como fuga dos problemas”, defende o psicanalista Velasco.O problema do alcoolismo
Bola de neve
Por sua vez, a saúde da pessoa que abusa sistematicamente do álcool está em risco. Nesse caso, é maior probabilidade de desenvolvimento da cirrose hepática (destruição das células do fígado) e da pancreatite crônica (inflamação progressiva do pâncreas).
Fonte: Revista Viva Saúde